domingo, 31 de março de 2013

Triste Fim de Policarpo Quaresma - Personagens (parte 1)

O autor cria personagens caricatos que beiram o ridículo. Pouquíssimos são poupados, atitude que demonstra a revolta de Lima Barreto para sempre o discriminou.

Major Policarpo Quaresma: protagonista da obra, era um homem de mais de  40 anos, extremamente patriótico, ufanista e nacionalista.
...uma disposição particular de seu espírito, forte sentimento que guiava sua vida. Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da pátria tomou-o todo inteiro. Não fora o amor comum, palrador e vazio; fora um sentimento sério, grave e absorvente. 
     Logo aos dezoito anos quis fazer-se militar, mas a junta de saúde julgou-o incapaz. Desgostou-se, sofreu, mas não maldisse a pátria. O ministério era liberal, ele se fez conservador e continuou a amar a "terra que o viu nascer". Impossibilitando de evoluir-se sob os dourados do exército procurou a administração e dos seus ramos escolheu o militar (Capítulo I - Primeira parte)
Era subsecretário do Arsenal de Guerra, e ni trabalho todos caçoavam dele:
- Este Quaresma! Que cacete. Pensa que somos meninos de tico-tico. Arre! Não tem outra conversa. (Capítulo I - Primeira parte) 
Havia quase trinta anos, a rotina do major servia de relógio para  a vizinhança. Vivia isolado, com a irmã Adelaide. Dedicava-se a estudar e conhecer o Brasil e suas riquezas, possuindo ótima biblioteca especializada nesse tema. Acaba se perdendo nesse fanatismo pela pátria que o cega de maneira ingênua e, ao final, perigosa.
Representa um personagem quixotesco que beira o ridículo e patético em muitas ocasiões. Como qualificado por Floriano: Quaresma é um visionário, um sonhador incorrigível.

Ricardo Coração dos Outros: também idealista, é um violonista amigo sincero de Quaresma, que não o abandona nos momentos mais difíceis. Sua fama vai crescendo durante a narrativa e ele chega a tocar em bairros mais sofisticados e a ser citado nos jornais.
Era magro, baixo, pálido, quase  sempre carregando um violão agasalhado numa bolsa de camurça. Vivendo para o violão e as modinhas, e para o ideal de chegar até Botafogo ficava alheio às contingências terrenas, isolado no seu cubículo de uma casa de cômodos, almoçando café, que ele mesmo fazia, e pão, indo à tarde jantar a uma tasca próxima (Capítulo I - Primeira Parte) 
  
 

sábado, 30 de março de 2013

Capitães da Areia - Personagens

PEDRO BALA – líder dos Capitães da Areia, tem o cabelo loiro e uma cicatriz de navalha no rosto, fruto da luta em que venceu o antigo comandante do bando. Seu pai, conhecido como Loiro, era estivador e liderara uma greve no porto, onde foi assassinado por policiais. 

SEM-PERNAS – deficiente físico, possui uma perna coxa. Preso e humilhado por policiais bêbados, que o obrigaram a correr em volta de uma mesa na delegacia até cair extenuado, Sem-Pernas conserva as marcas psicológicas desse episódio, que provocou nele um ódio irrefreável contra tudo e todos, incluindo os próprios integrantes do bando. 

GATO – é o galã dos Capitães da Areia. Bem-vestido, domina a arte da jogatina, trapaceando, com seu baralho marcado, todos os que se aventuram numa partida contra ele. Além dos furtos e do jogo, Gato consegue dinheiro como cafetão de uma prostituta chamada Dalva. 

PROFESSOR – intelectual do grupo, deu início às leituras depois de um assalto em que roubara alguns livros. Além de entreter os garotos, narrando as aventuras que lê, o Professor ajuda decisivamente Pedro Bala, aconselhando- o no planejamento dos assaltos. 

PIRULITO – era o mais cruel do bando, até que, tocado pelos ensinamentos do padre José Pedro, converte-se à religião. Executa, com os demais, os roubos necessários à sobrevivência, sem jamais deixar de praticar a oração e sua fé em Deus. 

BOA-VIDA – o apelido traduz seu caráter indolente e sossegado. Contenta-se com pequenos furtos, o suficiente para contribuir para o bem-estar do grupo, e com algumas mulheres que não interessam mais ao Gato. 

JOÃO GRANDE – é respeitado pelo grupo em virtude de sua coragem e da grande estatura. Ajuda e protege os novatos do bando contra atos tiranos praticados pelos mais velhos. 

VOLTA SECA – admirador do cangaceiro Lampião, a quem chama de padrinho, sonha um dia participar de seu bando. 

DORA – seus pais morreram, vítimas da varíola, quando tinha apenas 13 anos. É encontrada com seu irmão mais novo, Zé Fuinha, pelo Professor e por João Grande. Ao chegar ao trapiche abandonado, onde os garotos dormem, Dora quase é violentada, mas, tendo sido protegida por João Grande, o grupo a aceita, primeiro como a mãe de que todos careciam, depois como a valente mulher de Pedro Bala. 

PADRE JOSÉ PEDRO – padre de origem humilde, só conseguiu entrar para o seminário por ter sido apadrinhado pelo dono do estabelecimento onde era operário. Discriminado por não possuir a cultura nem a erudição dos colegas, demonstra uma crença religiosa sincera. Por isso, assume a missão de levar conforto espiritual às crianças abandonadas da cidade, das quais os Capitães da Areia são o grande expoente. 

QUERIDO-DE-DEUS – grande capoeirista da Bahia, respeita o grupo liderado por Pedro Bala e é respeitado por ele. Ensina sua arte para alguns deles e exerce grande influência sobre os garotos

Dúvidas sobre o projeto?

Pergunte em clique aqui

sexta-feira, 29 de março de 2013

Livros 9º ano A - Capitães da Areia

É um romance modernista, pertencente a segunda fase do Modernismo no Brasil (1930-1945), também conhecida como Romance de 30 ou fase Neorrealista, cuja narrativa aparece fortemente vinculada às transformações políticas, sociais e econômicas do período. Pela primeira vez na literatura brasileira, um escritor denuncia de maneira planfetária - romântica, e paraxodalmente, socialista e realista - o problema dos menores abandonados e infratores que desafiavam a polícia e a própria sociedade. A abordagem romântica deve-se, exclusivamente, ao fato de o autor minimizar os delitos dos meninos e acentuar os defeitos da sociedade. Nem mesmo a igreja ficou livre da censura do autor. Por outro lado, Jorge Amado traz para a discussão a problemática desses meninos que não tiveram a felicidade de ter uma família ou a felicidade de ser acolhidos pelo  Estado que tinha (e ainda tem) a obrigação de defendê-los de qualquer tipo de marginalização.
Capitães da Areia trata da problemática do menor abandonado e das suas consequências: a violência, a criminalidade, a discriminação e a prostituição. A narrativa inicia-se com uma sequência de Cartas à Redação do Jornal da Tarde - Carta do Secretário do Chefe de Polícia; Carta do doutor Juiz de Menores; Carta de uma Mãe Costureira; Carta do Padre José Pedro; Carta do Diretor do Reformatório - a fim de debater as questões referentes a crianças que viviam do furto e infestavam a cidade. São apresentados, logo em seguida, três capítulos: "Sob a lua num velho trapiche abandonado"; "Noite de grande paz, da grande paz dos seus olhos"; "Canção da Bahia, Canção da Liberdade"..

"Logo que um novato entrava para os Capitães da Areia formava logo uma idéia ruim de Sem-Pernas. Porque ele logo botava um apelido, ria de um gesto, de uma frase do novato.Ridicularizava tudo era dos que mais brigavam.Tinha mesmo uma fama de malvado.Muitos do grupo não gostavam dele, mas aqueles que passavam por cima de tudo e se faziam seus amigos diziam que ele era um "sujeito bom". No mais fundo de seu coração ele tinha pena da desgraça de todos. E rindo, e ridicularizando, era que fugia da sua desgraça. Era como um remédio. No rosto do que rezava ia uma exaltação, qualquer coisa que ao primeiro momento o Sem-Pernas pensou que fosse alegria ou felicidade. Mas fitou o rosto do outro e achou que era uma expressão que não sabia definir. E pensou, contraindo seu rosto pequeno, que talvez por isso ele nunca tenha pensado em rezar, em se voltar para o céu.O que ele queria era fugir da sua angústia, que estrangulava. Mas o Sem-Pernas não compreendia que aquilo pudesse bastar. Ele queria uma coisa imediata, uma coisa que pusesse seu rosto sorridente e alegre, que o livrasse da necessidade de rir de todos e rir de tudo. Que o livrasse também daquela angústia, daquela vontade de chorar que o tomava nas noites de inverno. No bando,não tardou a se destacar porque sabia como ninguém como afetar a dor"

quinta-feira, 28 de março de 2013

Livros 9º ano A - Triste Fim de Policarpo Quaresma

TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA é um romance do pré-modernismo brasileiro e considerado por alguns o principal representante desse movimento.
Escrito por Lima Barreto, foi levado a público pela primeira vez em folhetins, publicados, entre Agosto e Outubro de 1911, na edição da tarde do Jornal do Commercio do Rio de Janeiro. Em 1915, também no Rio de Janeiro, a obra foi pela primeira vez impressa em livro, em edição do autor.
O romance discute principalmente a questão do nacionalismo, mas também fala do abismo entre as pessoas idealistas e aquelas que se preocupam apenas com seus interesses e com sua vida comum.
Com uma narrativa leve que em alguns pontos chega a ser cômica, mas sempre salpicada de pequenas críticas a vários aspectos da sociedade, a história se torna mais tensa apenas quando o autor analisa a loucura e no seu final, quando são feitas duras críticas ao positivismo e ao presidente Floriano Peixoto (1891 - 1894). 
O autor optou por escrever a narrativa numa linguagem próxima à informal falada entre os cariocas. Ela se desenvolve em torno de Policarpo Quaresma, brasileiro e extremamente nacionalista, e é dividida em três partes, cada uma contendo cinco capítulos.

"Ele estava ali, só com sua glória e o seu tormento, sem amor, sem confidente, sem amigo, só como um deus ou como um apóstolo em terra ingrata que não lhe quer ouvir a boa nova. Sofria em não ter um peito amado, amigo em que derramasse aquelas lágrimas que iam cair no solo indiferente. Por aí, lembrou-se dos famosos versos: Se choro... Bebe o pranto  a areia ardente..."

O projeto.

O projeto tem como objetivo promover uma série de atividades interdisciplinares que têm como ponto de partida a leitura de 6 obras:

  • Triste Fim de Policarpo Quaresma - Lima Barreto;
  • A Revolução dos Bichos - George Orwell;
  • O Diário de Anne Frank - Anne Frank;
  • Capitães da Areia - Jorge Amado;
  • Fazenda Modelo - Chico Buarque de Holanda;
  • A Metamorfose - Franz Kafka.

O projeto: "Sei que nada será como antes"

Apresentação:
"Um projeto que, através da leitura, da análise, da pesquisa e da troca de experiências, leva o aluno a se perceber como parte importante da sociedade em que está inserido, fazendo-o refletir sobre as relações e os efeitos da convivência humana na sociedade"

Justificativa
Os professores do Colégio Satélite (Jeferson Gomes de Artes, Nathali Neves de Históra e Tatiana Evangelista de Língua Portuguesa) perceberam que a realidade atual vem afastando cada vez mais os alunos do ato de ler. Aspectos como computadores, videogames, TV, o acesso restrito a leitura no núcleo familiar e a falta de incentivo, têm ocasionado pouco interesse para leitura e por consequência dificuldades marcantes que diagnosticado na escola: vocabulário precário, reduzido e informal, dificuldade de compreensão, erros ortográficos, poucas produções significativas dos alunos, conhecimentos restritos aos conteúdos escolares.
Faz-se entanto necessário que a escola busque resgatar o valor da leitura, como ato de prazer e requisito para emancipação social e promoção da cidadania.
Através da leitura o ser humano consegue se transportar para o desconhecido, explorá-lo decifrar os sentimentos e emoções que o cercam e acrescentar vida ao sabor da experiência.
O aluno deve perceber  que a leitura é o instrumento chave para alcançar as competências necessárias a uma vida de qualidade, produtiva e com realização.

terça-feira, 26 de março de 2013

Sob a lua, num velho trapiche abandonado, as crianças dormem.

Antigamente, aqui era o mar. Nas grandes e negras pedras dos alicerces do trapiche as ondas ora se rebentavam fragorosas, ora vinham se bater mansamente. A água passava por baixo da ponte sob a qual muitas crianças repousam agora, iluminadas por uma réstia amarela de lua. Desta ponte saíram inúmeros veleiros carregados, alguns eram enormes e pintados de estranhas cores, para a aventura das travessias marítimas. Aqui vinham encher os porões e atracavam nesta ponte de tábuas, hoje comidas. Antigamente diante do trapiche se estendia o mistério do mar-oceano, as noites diante dele eram de um verde escuro, quase negras, daquela cor misteriosa que é a cor do mar à noite.

domingo, 24 de março de 2013

Produção: Capitães da Areia - cenários


Desenhos feitos pelos alunos: Aline Tamasiro, Nathan Alexandre)

Produção: Expressionismo - loucura

Com a ideia de mostrar a loucura fazendo críticas ao mesmo tempo, foram feitas várias imagens pelos alunos. No caso, a loucura está relacionada ao livro Triste Fim de Policarpo Quaresma.


Desenhos  feitos pelos alunos: Pedro Henrique, Jhenipher Cordeiro, Aline Tamasiro, João Vitor Rodriques e Carolina Frias

Produção: Orixás

Como falar de Jorge Amado e não falar de Bahia? E como falar de Bahia e não falar de religiões? Com o intuito de mostrar as religiões da Bahia, foram feitos desenhos sobre os Orixás.

Desenhos feitos pelos alunos: Aline Tamasiro, João Lima, Jhenipher Cordeiro e Débora Frias

quinta-feira, 21 de março de 2013

Debate sobre os livros: Capitães da Areia e Triste Fim de Policarpo Quaresma 2

  • Ambos trabalhavam com a distorção das regras
  • Existe um poder do Brasil que colabora com um grupo, não em coletivo
    • Sociedade injusta
  • Alienação - carência torna as pessoas alienadas
  • Negação -> pela sociedade
  • Fidelidade:
    • Entre o grupo (Capitães da Areia)
    • Com os próprios ideais (Triste Fim de Policarpo Quaresma)
  • Não tinham educação mas tinham mais informações sobre o mundo (Capitães)
  • Sociedade ignorante com direito a educação mas sem conhecimento (Policarpo)
  • HIERARQUIA
  • Exclusão:
    • da sociedade por serem pobres e abandonados (Capitães)
    • da sociedade por suas ideias além da capacidade daqueles que fugiram de suas raízes para seguir um contexto do que é ideal (Policarpo)
  • Imposição de regras inúteis para a sociedade

Debate sobre os livros: Capitães da Areia + Triste Fim de Policarpo Quaresma

Em comum, os livros falam sobre:

  • Contexto social como justificativa para violência (ditaduras)
  • Liderança e autoritarismo
  • Preconceito
  • Carência
  • Doença (associada à loucura)
  • Intolerância
  • Sistema unilateral organizado
  • Sonhos
  • Hierarquia
  • Exclusão social
  • Sistema inapto
  • Leis e regras
  • Honra / lealdade
  • Julgamento
  • Regras
  • Autenticidade
  • Autorretrato
  • Censura
  • Interesses próprios
  • Denuncia social
  • Alienação
  • Preconceito
  • Opressão do povo
  • Falsos valores
  • Valorização da cultura

Debate sobre os livros : Triste Fim de Policarpo Quaresma


  • Julgamento
  • Loucura
  • Vícios / regras
  • Nacionalismo ufanista
  • Restauração
  • Autenticidade
  • Autorretrato
  • Censura
  • Brasil - colônia econômica de outros países
  • Comércio exterior
  • Abismo social (nacionalismo x interesse próprio)
  • Denúncia social
  • Alienação
  • Organização, legislação para motivação do trabalho
  • Preconceito
  • Comunismo
  • Comparação
  • Exterior de outros países
  • Importação
  • Superfatura
  • Opressão do povo
  • Falsos valores
  • Trabalho - fruto do esforço
  • Decadência social
  • Valorização da culura

Debate sobre os livros: Capitães da Areia


  • Contexto social como justificativa para violência
  • Miscigenação religiosa
  • Liderança e autoritarismo
  • Preconceito
  • Homossexualidade
  • Diversidade no mesmo grupo
  • Sexualidade
  • Carência afetiva
  • Doença - agressão sem expectativa (bexiga / varíola)
  • Desigualdade social (1º e 3º mundo dividem o mesmo espaço espaço, mas não a mesma realidade)
  • Transmissão entre o infantil e o adulto 
  • Intolerância
  • Sistema unilateral organizado
  • Superação / sonhos
  • Hierarquia
  • Exclusão social
  • Sistema inapto para restabelecimento social
  • Leis / regras
  • Honra / lealdade
  • Respeito ao próximo